RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS FLORESTAIS NO DISTRITO DE LICHINGA, NO NIASSA, AINDA É UMA “MIRAGEM” – comunidade local.
Texto: Redacção
Várias são as interpretações
a que a palavra responsabilidade social nos remete. De uma forma geral, ela
vinca a ideia de reparação voluntária de um erro cometido na prossecução de uma
actividade.
No contexto da actividade
produtiva, responsabilidade social seria nada mais e nada menos que cedência de
contrapartidas `aos grupos afectados por tal actividade, que no caso vertente
de Lichinga seriam as comunidades abrangidas pelas plantações florestais.
Tal cedência de
contrapartidas pressupõe a prevalência da justiça, equilíbrio e bom senso entre
as partes envolvidas. Ou seja, os benefícios sociais devem estar ajustados aos
impactos sociais de qualquer actividade.
A Green Resource, empresa
florestal no Niassa, refere por exemplo que, no âmbito da responsabilidade
social, no ano passado contribuiu para a criação de oportunidades de emprego, construção
de salas de aulas e aquisição de carteiras para as escolas das comunidades onde
opera. Entretanto, José Marcelino um jovem das redondezas de Lichinga, onde a empresa florestal Chikweti Forest of Niassa desenvolve suas actividades, considera que na sua zona há sinais de desenvolvimento com os projectos florestais. Porém diz que as acções de responsabilidade social destas empresas são inversamente proporcionais aos ganhos que poderão ter.
Ernesto Dustan, outro
entrevistado da Rádio Esperança, refere que as acções destas empresas são esporádicas
e insustentáveis, na medida em que persistem situações, no distrito, em que
crianças percorrem longas distâncias para encontrar uma escola, assim como uma
unidade sanitária, pelos seus progenitores.
As fontes insistem na
necessidade de, o Governo reforçar o seu papel fiscalizador, para permitir que
as comunidades se sintam parte integrante do processo de desenvolvimento
através das plantações florestais. (X)
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