Hermenegildo Napita- Vice-president do CPJ-Niassa |
Jovens da cidade de Lichinga
exigem maior inclusão nos projectos florestais da Província do Niassa, como
forma de permitir que estes participem no desenvolvimento local.
Para eles, as oportunidades de
emprego que se criam com estas plantações, não são abrangentes, alegando também
falta de transparência no recrutamento da mão-de-obra.
O Vice-Presidente do Conselho
provincial da Juventude, Hermenegildo Napita, disse em entrevista com a Rádio
Esperança, que a sua agremiação está a trabalhar para que os jovens tenham
prioridade nestes e noutros grandes projectos.
Napita acrescentou que no âmbito
da promoção de oportunidades de emprego para esta camada social, foram
realizados este ano, dois encontros com os exploradores do ramo florestal.
Estes encontros acontecem numa
altura em que a mão-de-obra neste sector tende a reduzir, com os despedimentos que
se registam, por já ter sido concluída a fase de plantação, estando-se neste
momento, na de maneio.
Outra preocupação dos jovens tem
a ver com a necessidade de formação na área florestal, pois só assim poderão ter
capacidade de responder `as expectativas dos empregadores.
Na cidade de Lichinga existe um
instituto de formação profissional e promoção do autoemprego, que no entanto não
tem cursos ligados aos projectos de reflorestamento.
QUEIMADAS VOLTAM A PREOCUPAR
Num passado recente, aquando do
início do reflorestamento, as plantações foram sistematicamente afectadas pelas
queimadas descontroladas, incluindo na cidade de Lichinga.
Uma das explicações tinha a ver
com o alegado descontentamento das comunidades, em relação a estes projectos. Os
despedimentos massivos de trabalhadores, na sua maioria jovens, eram apontados
como uma das causas deste comportamento.
Como resultado do trabalho de
várias entidades, esta tendência baixou nos últimos anos, estando agora a
ressurgir.
Plantacao da Chikweti Forest pegando fogo-zona da Universidade Pedagogica |
Preocupadas com a situação, as
empresas florestais decidiram levar a cabo campanhas de sensibilização `as
comunidades, sobre as consequências desta prática, para o ambiente. Trata-se de
uma actividade que numa primeira fase realiza-se através da Rádio Esperança FM,
que produz e transmite spots com o apoio financeiro das empresas, ao mesmo tempo que monitora as acções destas
empresas, do ponto de vista da sua sustentabilidade, no âmbito do Projecto “Lichinga
em Foco”, financiado pelo Mecanismo de Apoio a Sociedade Civil – MASC.
São acções distintas, mas que procuram promover ganhos mútuos entre as comunidades e os grandes projectos de reflorestamento. (X)
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